sábado, 21 de fevereiro de 2009

Entrevista com Cecília da Gama


Cecília da Gama

A mãe de Camil nos convidou a seu estúdio para falarmos de suas duas paixões: seu filho e a arte.

Cecília da Gama nasceu no Rio de Janeiro, provem de uma família pequena , é filha única e seus pais já morreram e agora é mãe de só um filho. Faz 36 anos que mora no México e viaja cada vez que pode para o Brasil. Sua experiência nas artes é ampla: escreve, canta, compõe e pinta. Seu estúdio no México é elegante mas sem luxos excessivos. Pode-se apreciar uma grande quantidade de livros de arte, alguns quadros perfeitamente emoldurados e uma biblioteca com várias enciclopédias (a maioria escrita em português), cds e figuras prehispánicas de cerâmica que ganhou de presente ou comprou. Dentro desse ambiente vive, trabalha e sobretudo pinta, que é na atualidade sua maior paixão, ou quase, já que ela mesma reconhece, seu coração existe um homem que ama, admira e é mãe orgulhosa: Jaime Camil.

Como começa sua história de vida no México?

Vim do Brasil num tour artístico, conheci Jaime Camil Garza e me casei com ele. Deixei de lado minha carreira de cantora e comecei a planejar meu casamento, vida e futuro. Divorciei-me quando Jaime tinha 6 anos e decidi seguir vivendo no México para que meu filho ficasse perto do seu pai. Dediquei-me a criar um bonito ser humano. Como não pude formar um matrimonio que durasse para toda a vida, ao menos disse: “Bom Deusinho, se não saiu bem essa parte, lhe prometo que me vou dedicar a construir um lindo individuo em agradecimento ao filho lindo que o Senhor me deu.”

Sua obra pictórica

Quando era estudante já começava a cantar, e a pintura era somente uma afeição que se converteu, de maneira autodidática, em uma forma de vida faz uns 28 anos. Sua etapa artística atual é chamada Brasil Neofigurativo e ela a descreve como algo meio distraído e um pouco expressionista. Em sua proposta que trabalha em acrílico, da muito valor a vida e aos aspectos (feminilidade, corpo, beleza, gestante de vida). Não é intencional o toque erótico de sua pintura, e em todos seus quadros põe o otimismo com que trata a vida.

Incomoda-te a casualidade dos meios de comunicação que buscam saber mais de teu filho?

Não, me fascina. Se me perguntam é porque meu filho está num lugar importante e si o querem, e a mim também por ser sua mãe, e eu agradeço muito.

Onde pensa que Jaime se desenvolve melhor profissionalmente?

Nas obras musicais ele está completo como ator, e isso é o máximo. Deve-se atuar,cantar e dançar magistralmente, sem se importar com o estado de ânimo ou se acordou tarde ou cedo.

Desejas vê-lo casado e com família?

É o que quero faz uns 10 anos. A mim gostaria de ser avó, porque me fascinam as crianças, e sei que meu filho vai ser um pai maravilhoso. Tem tido namoradas que me tem caído divinamente bem, e todos os dias peço a Deus que tenha luz e sabedoria para que não perca o chão. Meu filho está nesse mundo para ajudar as pessoas a seguir adiante, acredito que por isso as coisas se dão de forma linda.

Como se sente nessa etapa de sua vida?

Primeiro que tudo, uma mãe realizada, acredito que Deus me deu essa missão, e a cumpri muito bem. A minha grande paixão na vida é meu filho e as outras têm a ver com a arte. Estou em paz comigo mesma, com minha espiritualidade e minha solidão. O que talvez me faz sentir mal é está longe da minha terra. Além disso, falta um empurrão na minha carreira, tanto de compositora como de artista plástica, e me sinto um pouquinho só nesse sentido.Isso às vezes me cambaleia porque faço as coisas com consciência, amor e entrega, e para mim cada quadro, canção e poesia são um parto. Isso é exatamente o que sinto atualmente, e para me sentir mais levezinha (risos) me falta à praia, o mar e as estrelas.

E começou uma nova etapa?

Sim, de repente uma parada separação em uma terra onde as pessoas te conhecem como cantora, e demais então era uma profissão menosprezada. Quando lhe disse a minha mãe, que tem mentalidade moderna: “Mãe, eu sou artista’’, ela respondia: “ Não filhinha, artista é sua avó, que é concertista clássica de piano, você é cantora da noite (risos)”. Me dizia em brincadeira.

Jaime foi muito apegado a você quando menino?

Não. Segura-te que graças a Deus meu filho foi normal em tudo. Temos uma relação mãe- filho direta, sincera, boa onda.Quando nasceu, o médico me disse: “Senhora, não o acostume a dar-lhe o peito no meio da noite quando chorar, porque nos primeiros meses as crianças não dormem,” e eu ficava acordada, ouvindo sua respiração, mas desde o primeiro dia dormia seis horas seguidas. Sempre foi um menino muito normal e saudável, mas muito inquieto.

Mas você também é inquieta, É por ti que o Jaime é assim?

Acredito que é o sangue. Seu pai e eu somos muito parecidos, nós dois somos ousados, ele nos negócios e eu na minha arte, porque recorda que sou uma artista. O pai também tem dons artísticos. Senta-se no piano, toca uma canção, e canta com uma bonita voz, se mesclaram os genes e Deusinho embaralhou de tal forma que resultou algo muito interessante.

Escreve, canta, compõe e pinta. Tudo isso é forma de expressão para você?

Sim. Acredito que das poucas vantagens que um tem quando é uma pessoa sozinha na vida é a liberdade.

É difícil ser objetiva com o trabalho do Jaime?

Não, para mim não porque sou artista. As mães normais perdem a objetividade porque não são, não sabem julgar, criticar nem o que separa o seu filho do ator.


Eu tentei fazer a tradução o mais correto possível, espero que gostem da entrevista da mãe do Jaimito. Tem outra, mas outra hora eu posto aqui.

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